sábado, 10 de janeiro de 2009

Oi Oi Cara-de-boi

A atendente, que curiosamente parecia Kate Moss, nos atendeu e nos introduziu/ui/ ao mundo das compras para bebês com as palavras:
- Oi Oi Cara-de-boi, bem-vindas à loja!
Frase coerente que me fez perceber que:
1. Kate Moss de cabelo escuro obedece às ordens da gerente por receber as pessoas mencionando o nome da loja e parecendo feliz pelo constrangimento, como qualquer outro trabalhador digno. Notei também que a frase ‘bem-vindas’, por mais natural que pareça, prova que ela é funcionária nova.
2. Achei que teria algo mais para enumerar.

To sastisfeita nessa firma, minina!

Eu sempre achei que a Oi Oi Cara-de-boi fosse um bar. Não que pareça com nome de bar ou que bois me lembrem cerveja. Talvez por ser próxima a Rodeo, talvez por iluminarem a entrada a noite. De qualquer forma, é uma observação estúpida e desatenta, como a maioria delas.

A loja era tão perfeitamente fofa. Roupas de 10 cm por 70 reais, mesinhas de madeira, almofadas de uma estampa que você nunca encontraria em nenhum outro lugar, bijuterias coloridinhas com flores e botões, tudo bem feito e muito caro. Fiquei pensando no sofrimento daquelas funcionárias que têm Lá vem o pato, pato aqui, pato acolá como trilha sonora de 33,33% de seus dias. Na verdade, menos, já que eles alternam com Xuxa também. Nossa, que alívio.

E por que eu iria querer?

Nem Kate dos Trópicos Moss, nem a outra atendente-metida-a-chefe-com-dois-dedos-de-raíz-morena sabiam muito bem como desmontar o carrinho de 600 reais super prático. O berço em forma de chiqueirinho, outro item super prático, também era desmontável e era acompanhado de uma bolsa de 70 cm que poderia servir para guardá-lo. Esqueça do conforto de bebê, comprem berços de plástico super práticos! Mas não foi dessa vez que as deixamos torrar suas comissões na Yankee, oh, não, meu caro.

No caminho, ficamos pensando sobre nomes de bebê. Na verdade, eu já desisti dessa história há tempos, porque qualquer sugestão minha é fortemente retalhada, o que me fez pensar sobre a importância dos nomes. Enquanto tava viajando, tomei a liberdade – frase de funcionário eficiente - de anotar nomes de marcas/lojas estranhos nos outdoors e placas – frase de alguém um pouco perturbado.

Nomes anotados:

- Pedra d’água. Marca de roupa. Era nesse outdoor que tava a ex-miss Brasil ao lado de alguém ainda mais insignificante.
- Antiqueda. Marca de roupa. Ou de xampu.
- Bainha de ferro. Marca de roupa. Quê?
- Gata Bakana. Marca de roupa. Creio que esse negócio de k só deu certo com a Kibon mesmo.
- Onda Federal. Marca de roupa. Na primeira vez que vi fiquei pensando na faculdade e não consegui ligar muito bem as palavras. Depois me lembrei de que às vezes minha mãe usa federal como adjetivo, o que me parece bem 80’s, Juba e Lula.
- Bell arte. Design de móveis. Arte de sino ou de uma Isabell, uma escrita bem usual desse nome.
- Nananua. Marca de lingerie. Credo.
- Breitaupt. Não lembro mesmo. Nome alemão impronunciável, com todo respeito à família Breitaupt, que, por sinal, nunca lerá esse post.
- Hornburg. Carrocerias. Um hamburger horny, é o que me lembra, me desculpem.

Nomes idiotas me fazem não gostar da marca/loja de início. Outro dia eu me deparei na geladeira com o queijo Lambedor. Não era labrador, nem lavrador ou lenhador, que fosse, porque qualquer coisa faria mais sentido que um queijo lambedor. Por essa e por outras, como ter imaginado uma cirurgiã chamada Vandrícia, percebi que nomes fazem mesmo a diferença. Sagaz, muito sagaz.

Esse foi mais um post patrocinado por Bel Mictório.

domingo, 4 de janeiro de 2009

adeus ano velho?

ano novo, vida nova. ano novo, vida nova? bom, todo ano é a mesma coisa. que maravilha, um ano que acaba, outro que começa. hora de repensar os erros cometidos nos últimos 365 dias, e fazer planos para os próximos. estudar mais, emagrecer, ganhar dinheiro, viajar. certo?

errado. é só mais um dia. você conhece alguém que tenha de fato realizado todas as promessas de ano novo? eu não. assim como a maioria das datas comemorativas, feriados e afins, é só mais um dia que serve como pretexto para as pessoas não trabalharem, viajarem pra praia. e pras lojas venderem algo, no caso, roupas brancas e champagne - ou, para de 99% das pessoas, algum espumante barato.

pra mim, não foi muito diferente. de fato, fui pra praia. uma praia feia, coberta de gente feia. dessa vez, nem me arrisquei a chegar perto da areia, por já saber o que encontraria - pseudo-boys ouvindo música alta no carro e tomando tubão, piriguetis com tatuagem de henna rolando na areia feito frango assado no espeto, e pessoas usando pouca roupa - 90% delas totalmente fora de forma, o que torna a visão consideravelmente desagradável. não me aproximei não só para não ver isso, mas também para não aumentar índice de pessoas fora de forma por lá.

eliminada a areia, o que sobra? parentes. gosto da minha família, meus tios são engraçados, é tudo divertido. mas passar o dia inteiro em casa sem fazer nada, apenas conversando, pode ser bem cansativo. pelo menos permite encontrar coisas bizarras, como a bicicleta de um primo-bebê meu, uma "hot bike alaska". fico devendo a foto, mas imagine uma bicicleta, com rodas em chamas, derretendo blocos gigantes de gelo. foi a primeira coisa que imaginei ao ver o nome da bicicleta do piá. mas isso já não tem nada a ver com o ano novo.

outra utilidade do ano novo é delimitar um período da vida para as pessoas considerarem bom ou ruim. de fato, até eu me pego fazendo isso - por exemplo, quando digo que 2008 foi o melhor ano da minha vida. mas, assim como digo isso, poderia dizer que o último perído entre setembro e maio foi o pior que tive, ou qualquer coisa do tipo. são apenas delimitações, mas o fato de o número do ano aumentar não significa nenhuma mudança efetiva, como muitas pessoas acreditam, ao criarem esperanças de que o próximo ano será melhor e blá blá blá.

como pode-se facilmente perceber, comecei meu ano como passei o último: sem muita coisa útil pra fazer, e, acima de tudo, sem grandes idéias para escrever. por isso, meu post fica por aqui. feliz-seja-lá-o-que-você-quiser.