domingo, 2 de novembro de 2008

Sentar e conversar sobre a complexa existência de nossas vidas

- Vai ter torta?
- Talvez.
- Vai ter café? Tem que ter café!
- Ta, ta, que seja.

Não sei quanto à regra sobre conversas existenciais, se pode haver comida ou não. Temo que o ar possa ficar meio coquetel, só que com conversas existenciais e não com as tradicionais discussões acaloradas sobre Os planos da Flora/ A Piovani¹ ta grávida/ A mulher-melancia é feia. Se houver comida, talvez o debate perca seu crédito pelo ar de coquetel.

Mas será mesmo um debate? Bem provável. Muito do que eu disser sobre mim mesma e sobre o restante das pessoas será analisado e rejeitado. Novas hipóteses surgirão. Por isso a idéia de sentar e conversar, avaliar e rebater.

Não haverá comida, será um debate. Tema específico? (Voz de locutor ON) Escolha um tema: Atualidades Brasil, Atualidades Internacional, Esportes, Hollywood. (Voz de locutor OFF) Não, não. A idéia era conversar mesmo e não jogar Master.

E agora estamos sentados. De frente um para o outro, sem café, sem torta, sem distrações, sem tema específico a não ser nós mesmos. Posso por meu pijama, ir pra escola e ter um pesadelo agora?

Eu não sei por que é tão difícil falar sobre mim mesma. Não quero dizer sobre a anedota do dia do tipo “Eu-ouvi-um-pedreiro-cantando-rock-hoje”. Também não me refiro às minhas opiniões. Refiro-me, ao meu eu-interior – e não àquele eu-interior da yoga que está sempre calmo e quer distribuir energia positiva laranja por aí e ficar em sintonia com o cosmos. Entende-se por “mim mesma”: meus sentimentos. É, sentimentos, blá, blá, a coisa toda de sentimentos. Pra que tudo isso, afinal?

Posso falar sobre a nossa existência em geral, o que é bem mais fácil. É só generalizar o que eu penso e considerar o que eu faço regra universal. Nada coerente, mas resolve o problema da non-comunicação dos próprios sentimentos.

Não preciso falar para outros o que eu sinto, quando eu sinto, o quanto eu sinto. Se, no fundo, eu sei. E é isso o que importa. No fim, fico com a conversa existencial superficial, o café, a torta, a fofoca de coquetel e o Master.

1. O Word sublinhou Piovani em vermelho e sugeriu Pirovani. Nada mais adequado.
* O nome do arquivo desse texto é somethin’crapcrap. Nada mais adequado.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

apresentadora de programa infantil arruína vida de jovem

eu nunca gostei da xuxa. desde criança, sempre a achei muito irritante. não gostava de sua cara, de suas músicas, de seu jeito idiota. quando bem pequeno, chegava ao ponto de fechar os olhos e tapar os ouvidos quando ela resolvia aparecer na tv, entre os desenhos que eu adorava assistir.

e porque estou falando nela? porque ela é uma farsa. não, não me refiro ao famoso filme em que ela faz sexo com um piá de uns 12 anos. e também não estou falando do famoso episódio dos tabefes nas crianças, quando ela ainda estava em começo de carreira (esse segundo fato certamente pode ser encontrado no youtube - preguiça de procurar para linkar. o primeiro, se não estiver no youtube, com certeza estará em algum lugar na internet - http://www.google.com/). e também não me refiro às irritantes músicas por ela cantadas (cantadas, não escritas, pois me recuso a acreditar que ela tenha capacidade de escrever qualquer coisa, mesmo que seja "mexe a cabeça com o tchutchucão"), sejam as do tempo do ilariê, sejam as da atual fase, xuxa só para retardados LXVIII.

me refiro ao efeito devastador de uma música específica. arco-íris. estava eu jogando master com meus pais, minha irmã e meu cunhado, quando minha irmã sorteia a seguinte pergunta: "quais são as cores do arco-íris?"

eu era o último a responder, então recorri à minha esquecida gaveta de conhecimentos escolares, em algum buraco empoeirado do meu cérebro, pra tentar lembrar delas, enquanto o restante do pessoal tentava responder. primeiro foi meu pai, sem sucesso. depois minha mãe, e nada. chegou a vez do meu cunhado, e foi então que ele teve a brilhante idéia: lembrar da música da xuxa que citava todas as cores do arco-íris. e lá foi ele, cantando baixinho (baixinho, xuxa, hãn, hãn?) a tal da música. mas só conseguiu lembrar de seis cores, e acreditou que não estava lembrando da música inteira. as seis cores lembradas estavam corretas, mas para completar ele chutou roxo, e na verdade era anil. eu, por ter tido tempo suficiente para vasculhar minha memória, consegui acertar.

depois do jogo, meu cunhado e minha irmã ficaram tentando lembrar da música inteira, e ficaram muito desconfiados de que a música só ciatava 6 das cores do arco-íris. então eles me pediram para procurar a letra da música na internet, e adivinhem o que eu encontrei:

Vou pintar um arco-íris de energia / Pra deixar o mundo cheio de alegria / Se está feio ou dividido / Vai ficar tão colorido / O que vale nesta vida é ser feliz / Com o AZUL (1) eu vou pedir tranqüilidade / O LARANJA (2) tem sabor de amizade / Com o VERDE (3) eu tenho esperança / Que existe em qualquer criança / E enfeitar o céu nas cores do amor / No AMARELO (4) um sorriso / Pra iluminar feito o sol tem o seu lugar / Brilha dentro da gente / VIOLETA (5) mais uma cor que já vai chegar / O VERMELHO (6) pra COMPLETAR meu arco-íris no ar (...)

e, pra não ter dúvidas, segue a própria criatura cantando a música. se você não assistia ao programa da xuxa em excesso, será capaz de contar nos dedos quantas cores ela cita: http://www.youtube.com/watch?v=ZypQiBQyXdM (cuidado para não se distrair com: o talento vocal da xuxa; sua bela coreografia; seu belo modelito; o super-cenário).

imagino eu que, além do meu cunhado, muitas pessoas já foram prejudicadas por essa música, ao lembrá-la para recordar de todas as cores do arco-íris. e, por acreditar que tal fato não pode passar em branco, vou descobrir o e-mail da assessoria de imprensa da xuxa, e mandar um e-mail questionando essa situação, e exigindo uma solução por parte da cantora. em um próximo post, mostro o e-mail enviado, e a resposta recebida.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

o novo "rock"

sexo, drogas e rock'n'roll. pelo visto, essa tradição de boa parte das últimas gerações de jovens (sempre tivemos os que não participaram disso: jovem guarda, pop, pagode, disco, cada um em seu tempo - ou não) está sendo deixada pra trás.

só pra avisar: sou um pseudo-músico, nunca estudei o assunto profundamente, portanto, as opiniões que emitirei nas linhas abaixo serão, como de costume, apenas opiniões infundadas, baseadas apenas em achismos. nada de pesquisa, entrevistas, ou qualquer tipo de fundamentação - isso eu já pratiquei demais na faculdade.

enfim, como eu dizia, a "santíssima trindade da juventude" não é mais respeitada. as bandas de mais destaque no "novo rock" pregam a castidade (como os tals dos irmãos jonas). outras pregam o não uso de drogas. algumas pregam os dois ao mesmo tempo. e, pra completar o desrespeito à toda a trindade, nenhuma delas faz algo que possa ser chamado de rock. sim, minha amiguinha querida, aquilo que você leu na capricho, aquela matéria falando sobre o "rock romântico do nx zero", era mentira. o que eles fazem não é rock. pelo pouco que eu suportei ouvir das músicas dessas bandas, me parecia mais uma música de zezé di camargo e luciano, só que, ao invés de ser tocada com violão, viola e teclados toscos, é tocada com baixo, bateria e guitarra. atenção: usar baixo, bateria e guitarra não é o suficiente pra fazer rock. ficadica. ah, sim, e não adianta fazer tatuagens e usar moicano. ainda não é o suficiente.

"ah, então você é daquele rockeiro das antigas, que pega um monte de mulher, usa muitas drogas, é bem loucão?"

não. longe disso. principalmente a parte das mulheres (não, não sou gay. só sou azarado) e das drogas (aí é falta de vontade mesmo). sou só bem de boa. e não me importo tanto com o restante da trindade, mais com o rock. e, coincidentemente ou não, a maior parte das boas bandas, de hoje ou de antigamente, seguia essa trindade. e as bandas ruins vão contra ela. existem exceções, claro. mas não lembro de nenhuma. então, crianças, se quiserem fazer rock decentemente, já sabem o caminho. ou não.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

receita para uma vida patética

se você espera um dos costumeiros posts pseudo-engraçadinhos, não leia. esse é meu primeiro (e provavelmente último) post sério, sobre assuntos idiotas e introspectivos. também conhecidos como emo. ou o que você quiser chamar.


um belo dia você para pra pensar na vida. em tudo o que fez, e em tudo o que está fazendo. e percebe que nunca viveu nada grandioso, nunca fez nada especial. que nunca se dedicou firmemente à nada. nos estudos, sempre levou com a barriga, contando com a sorte, talvez com uma inteligência acima da média, mas sem nenhum esforço. sem ao menos se importar de verdade com o que está fazendo. e percebe que está ocupando um lugar que muita gente queria. e que boa parte desse povo aproveitaria esse lugar muito melhor do que você. pronto, esse é o primeiro passo.

depois, você pensa no seu emprego, e nos empregos passados. concurso público. muita gente gasta dinheiro com cursinho, dias e dias de estudo, e não consegue uma vaga. e você, fazendo provas sem se importar, consegue. é contratado, trabalha por trabalhar, só pra ganhar dinheiro e manter seus gastos fúteis, enquanto muita gente daria tudo pra ter um emprego como o seu, pra poder sustentar decentemente uma família. esse povo, menos privilegiado, tem que trabalhar muito mais, em empregos piores, pra ganhar menos. e, ainda assim, se sente realizado por conseguir colocar comida em casa. e você, morando com os pais, não precisando nem gastar com 100% do seu sustento, reclama. acha que aquele emprego é uma merda, não se dedica direito, e ainda acha que ganha pouco. ganhar mais pra que? pra comer mais vezes no mcdonald's? pra comprar mais cd's? patético. segundo passo dado.

agora é hora de pensar na família. você não se sente à vontade pra conversar sobre assuntos realmente sérios com ninguém na sua casa. faz piadas, fala besteira, conversa sobre futebol, política... mas falar da sua vida, dos seus problemas, você não fala. vive com eles há mais de 20 anos, mas não tem coragem de falar sobre nada que não seja superficial. e nem de perguntar sobre os problemas deles. pra que perguntar, são só as pessoas mais próximas de você, não é mesmo? você não precisa saber da vida delas. foi dado o terceiro passo.

amigos. quantos verdadeiros amigos você tem? não consegue nem usar todos os dedos das mãos pra contar. e vive reclamando que esses poucos amigos estão distantes, que não têm tempo pra você, que não perguntam sobre os seus problemas. e, quando eles fazem isso, muitas vezes você não conversa direito, porque arruma algum outro motivo pra ficar chateado. e você já parou pra pensar nas vezes em que você não ajudou seus amigos? nas vezes em que brigou com eles por motivos idiotas? e nas vezes em que você simplesmente deixou de dar um abraço ou uma palavra amiga pra eles? pois é, talvez você mereça o tratamento que recebe às vezes. quarto passo dado.

e o que você faz do seu tempo livre? fica em casa, na internet, matando tempo. fica jogando vídeo-game. super-produtivo, ein? ah, não, você tem uma banda! e não tem capacidade de criar nada novo. não consegue fazer uma música que preste, depende de covers. grande o seu talento, não? muito criativo. quinto passo dado.

e finalmente você para pra pensar naquilo que sempre foi o mais importante pra você. aquilo que você sempre considerou fundamental pra sua vida. sim, aquela baboseira chamada amor. e o que você conclui? que você nunca teve a capacidade de atrair ninguém. que você é tão sem graça, tão patético, que ninguém consegue gostar de verdade de você, não mais do que uma ou duas vezes. as pessoas enjoam de você. e o que você faz? você pensa sobre o que faz de errado? você tenta melhorar, corrigir suas falhas? não, você faz o mais fácil. culpa os outros, o mundo, a sorte, qualquer coisa, menos o único verdadeiro culpado, que é você. esse foi o sexto e último passo.

agora você já pode se sentir mal consigo mesmo.

e sabe o que é pior? mesmo sabendo de tudo isso, você não tem a capacidade de mudar. você não sabe o que fazer, você tem medo de fazer, e segue vivendo sua vida vazia. pronto, você deu todos os passos para uma vida patética.

sábado, 11 de outubro de 2008

Lifetime carma

Não é todo mundo que consegue. Mas alguns nascem com o dom.

O dom de serem azaradas pela vida toda. Não, não é uma fase, como meus bem mal-vividos 18 anos me ensinaram, é um carma eterno. Muito eterno. Infinito vezes infinito de eterno. Se eu for para o céu, tropeçarei na entrada, soltarei uma piada envolvendo crianças e padres ou serei escolhida para reencarnar como piolho. Já posso imaginar um santo me puxando para um canto de nuvem e me revelando: "Fizemos um sorteio e me parece, senhorita¹ Isabel, que a senhorita será um piolho em sua próxima vida. Não se preocupe, vai ser rapidinho, logo, logo, vão jogar Escabim e morrerás intoxicada, senão, do pente fino, você não escapa. A menos que você vá parar na cabeça de alguém sem qualquer higiene, se for o caso, você morre em alguns dias depois de explodir com todo o sangue que consumiu. Não chore, por favor, será um piolhinho garboso ou quem sabe uma piolhinha belíssima. Sério, para de chorar, ta me irritando! Ta, ta, quer ser o que então? Um vírus da AIDS?" /Vagabunda, pensou o santo/ E, se eu for para o inferno, quando eu for abraçar o diabo, serei espetada com o tridente dele ou os condenados vão me escolher para ser sua mucama. Já posso ver a cena: eu sobrecarregada de trabalho, tendo que por toda a lenha do pessoal nas fogueiras e eles fazendo um churras com o meu pé esquerdo – o qual foi decepado porque pareceu gostoso para um deles - e rindo horrores da minha imagem manca levando um carrinho de mão por entre as chamas. (Além disso, estarei no inferno, o que, por si só, já é bem azarado). E, se eu ficar no purgatório por muito tempo, derramarei o cafezinho da fila de espera na minha blusa ou perderão minha ficha de boas ações/ más ações e eu serei acusada de ter sumido com a lista e, como pena, me obrigarão a fazer trabalho burocrático no Escritório Purgatorial por toda a eternidade. Já posso me visualizar: andando pelos corredores do purgatório com uma roupinha de secretária-cinquentona-medíocre – saia marrom comprida e suéter de lã cor rosa-calcinha por cima - carregando fichas e mais fichas, analisando casos, sendo subornada para livrar gente do inferno².

Pois é, não bastava a vida toda de azar. Tinham que me meter a eternidade goela abaixo. Como disse, são poucos os que conseguem.

- Outra hora escreverei sobre os azares dessa vida. Por enquanto estou bloqueando o assunto através de devaneios ridículos.

1. Senhorita, pois, como boa azarada, morrerei solteira. Com certeza quando tiver idade para casar, haverá uma guerra e a proporção homem-mulher será de 1:8. E desses, metade é gay e um quarto está casado. Faça as contas.

2. Coincidência ou não, o purgatório se parece muito com a Terra. O que faz bastante sentido, já que é um lugar que fica entre o céu e o inferno. Se o céu fica acima e o inferno, abaixo, onde mais poderia ficar?

sábado, 4 de outubro de 2008

arapuca de natal*

*o título é baseado em uma piada interna dos proprietários do blog. se não quiser se arriscar em saber o motivo insano que levou alguém a pensar em uma arapuca de natal, não me pergunte de onde surgiu. apenas ignore o título e siga em frente com a leitura.


esses dias estava andando na rua, e me deparei com um papai noel incrivelmente magro. ele é uma figura perfeita pra ilustrar a decadência do natal. hoje em dia, a partir do mês de outubro, no máximo novembro, todo mundo começa a preparação pro natal. começam a fazer cestas, comidas, ou qualquer outra coisa que possa ser vendida usando essa data tão especial como pretexto. e, com essa preocupação excessiva em vender, as pessoas se esquecem do verdadeiro significado do natal. "tio, tio, dexa eu responder! é celebrar o naiscimento do mininu jisuis?"

não! o verdadeiro sigificado do natal é comprar. tá, também é enganar as crianças inocentes com toda essa história de papai noel, jesus, estrela de belém e coisarada. mas, acima de tudo, comprar. não que as pessoas tenham deixado de comprar, claro. mas, nos meus bons e velhos tempos de criança, eram poucos os que vendiam algo nessa época. em compensação, todos compravam, e compravam presentes pra todo mundo. pai, mãe, filho, filha, irmãos, afilhados, sobrinhos, chefe.. até pros caras do caminhão de lixo sobrava alguma coisa.

mas as coisas mudaram. todo mundo ainda compra, mas normalmente só pros mais próximos. e as vendas, antes restritas a poucos privilegiados (grandes lojas, coca-cola - a velha lenda da cor da roupa do papai noel), agora são feitas por um número enorme de pessoas. aposto que você conhece alguém que, na época do natal, vende alguma coisa, ou tenta, de alguma maneira, lucrar em cima desse dia. meu pai, na loja dele, compra alguns produtos pra vender especialmente nessa época. não vou me assustar se, daqui há alguns dias, o cara do caminhão do lixo deixar, no lugar das sacolas, um panfleto mostrando todos os produtos natalinos que ele fez, utilizando garrafas pet, caixinhas tetra pak e latinhas de alumínio. e que está vendendo por um preço super-especial. enfim, resumindo: boa parte das pessoas, ao invés de se preocupar apenas em gastar, pensa em ganhar dinheiro. o espírito natalino foi perdido.

saudades dos velhos tempos.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

But, honestly

(Parte 1)

Sinceridade é sua única arma. Mentira. Sinceridade é um assunto delicado. Mentira. Sinceridade é um problema. Mentira. Sinceridade é uma merda! Ta, nem é. Eu gosto de sinceridade. Mas não gosto. Entenderam? Eu sou a única que se sente assim?

Tipo, façam um X mental no parágrafo acima. /Todo mundo lembrou de Xuxa agora/

- Perdi meu dosador de sinceridade. Comofas?

Vamos aos extremos - apesar de serem os fundamentos de programas humorísticos, o extremo existe, trust me. Não que eu queira lançar estereótipo como balconista de mercearia dá troco em balinha, mas dá impressão que tem gente que veste a camisa do estereótipo que selaram nela, em busca da identidade*.

Exemplos - meus servos eternos: Existe aquele tipo de pessoa sófaloaverdade /o que não intencionalmente meio que soou como sofá da verdade /. (O que intencionalmente meio que soou como quadro de programa C). Enfim, isso parece atraente no começo. Você pensa na sua nuvenzinha: “Nossa, que legal, finalmente alguém sincero nesse mundo” e em seguida, se imagina em um retângulo de borda embaçada caminhando em uma rua bonitinha com a tal pessoa sófaloaverdade (eufemismo pra babaca), enquanto toca ‘Gimme more’. Não, enquanto toca ‘All you need is love’ **/?/ Todavia, suas ceninhas imaginadas antes de dormir não acontecem. Não mesmo. Seu segundo pensamento antes de descobrir que pessoa sófaloaverdade é babaca seria: “Nossa, é raro encontrar isso”. O que faz muito sentido já que ninguém quer saber de alguém que bem que podia perceber que opinião própria não é verdade universal. Vale a pena falar algo que pode deixar alguém, com o perdão da expressão obscena, com a pulga atrás da orelha?*** Isso pra não dizer complexada e depressiva. Vale a pena pra quê? Pra se sentir melhor? Considero isso egoísmo, puro e aplicado. Opinião dada, especialmente sem ninguém ter perguntado, exige muito mais que lógica. Exige sensibilidade. Lembrete do dia: Sensibilidade é o maior dom do homem. Ave, esquece. Não quero mergulhar em confuncionismo-trash.

* Queria um sinônimo pra identidade...
** Sugestão pra trilha sonora?
*** Se fosse mesmo obscena, eu nem ia avisar

terça-feira, 2 de setembro de 2008

uma análise política feita por alguém que não entende nem gosta do assunto

quinta-feira fui cobrir o debate entre os candidatos à prefeitura de curitiba, lá na band. estava com preguiça. era pra rádio, coisa que eu não curto muito. mas a professora só conseguiu uma credencial, e, sabe-se lá por que cargas d'água, resolveu escolher o mais preguiçoso e irresponsável dos alunos pra missão. enfim, o tipo de voto de confiança que, de tão absurdo, torna-se irrecusável.

o debate começava às 22h, mas a professora me orientou a chegar lá umas 20:30, então nesse horário lá estava eu. como de costume, minha falta de sensibilidade climática me fez não levar nenhum casaco. bom, ela contou com a colaboração da minha falta de noção jornalística, que me fez imaginar que assistiria o debate de dentro do estúdio. há! que nada, tinha uma tendinha fajuta armada do lado de fora, com um projetor que ficou balançando, e com a presença amigável do vendo gelado da noite desgracenta de curitiba. enfim, cheguei, e enquanto os trastes dos candidatos não chegavam, tentei pegar alguma movimentação do lado de fora. de um lado, uma meia-dúzia de gatos pingados com bandeiras do beto "sou fodão e todo mundo na cidade me ama" richa. provavelmente ele contratou a torcida do paraná clube, o que acabou impedindo-o de ter um número de militantes proporcional à tão alardeada aprovação do seu mandato. do outro lado, as galeras do reitor "fantoche" moreira, da estranha gleisi, e do amiguinho dos bairros, fabio camargo. por essas bandas o negócio estava um pouco mais animado. trio elétrico e muita gente feia dançando e sacudindo bandeiras, pra ganhar uns trocados no fim da noite.

depois de perceber que não teria nada de interessante pra fazer do lado de fora, fui não fazer nada de interessante do lado de dentro. fiquei perambulando por lá, enquanto esperava os candidatos darem sinal de vida. finalmente começaram a chegar. bom? não, um saco. agora o negócio é ficar indo atrás de todos, na tentativa de pegar alguma declaração interessante. acho que é mais fácil um jogador de futebol sair da mesmice do que um político. "a campanha vai muito bem", "minhas propostas são as melhores pra cidade", "eu tenho certeza de que vou chegar ao segundo turno", "a população está abraçando essa campanha". eu até poderia dizer que tem um que destoa um pouco, mas na verdade o cara nem é político. o tal do lauro "deu branco" rodrigues é uma figura. simpático, sorridente, e sem o menor tino pra coisa. pela primeira vez na vida eu vi um político não utilizando todos os segundos a que tem direito no debate. fora os brancos e o aparente nervosismo, coisas que definitivamente não combinam com um político. se eu votasse em curitiba, ele teria o meu voto. se como candidato ele já é engraçado, como prefeito seria impagável.

bom, voltando à chegada dos candidatos. cada um com seu carro, a maioria de valor proporcional à posição nas pesquisas. de curioso, só o jipe do fabio camargo, no qual ele chegou em pé, com seu típico sorriso excessivamente simpático. e o corsinha do bruno meirinho, dirigido por um ser que parecia jesus cristo depois da dieta de engorda.

enquanto eles chegavam faltou luz, depois eles entraram, debateram, enfim, o tédio de sempre. debate bem fraquinho, com umas tentativas não muito bem-sucedidas de ataques da gleisi, do moreira e do meirinho contra o beto richa. e bom, além disso, de agito só o assessor do moreira querendo entrar com as caixas-pretas, e depois de não conseguir, fazendo fuzuê pros jornalistas do lado de fora. é, acho que não tem mais nada que preste pra falar do debate.

aleatoriedade política 1: o que leva os políticos a pensarem que pessoas sacudindo bandeiras com seu nome e seu número podem me convencer a votar neles?

aleatoriedade política 2: política em cidade pequena consegue ser pior do que em cidade grande. alguém já viu uma bandeira do pt AZUL? pois é, eu vi. do Luizão, candidato a prefeitura de pinhais.

nota inútil: eu já deveria ter postado um texto sobre o magnífico desempenho olímpico do brasil. mas a preguiça me impediu de escrevê-lo, e agora que a preguiça foi dar uma volta, acabei escrevendo sobre outro assunto. farei esse texto em uma próxima oportunidade, provavelmente quando ninguém mais se lembrar que os jogos olímpicos foram esse ano.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Vida a la loser

Warning: O texto a seguir é uma reflexão em uma linha de pensamento descontínua e, para muitos, pode não fazer o menor sentido. Fugi do assunto. Aliás, corri do assunto. Se o Word fosse psicólogo, falaria que não estou em contato com as minhas emoções. Espero profundamente que nada que eu tenha escrito seja usado contra mim /so not gonna happen/.

Nunca entendi a necessidade de se sentir diferente e igual, ao mesmo tempo. Talvez a noção de acolhidade /rs/ e a vontade de pertença a um grupo, bem como o desejo de auto-afirmação esteja deveras nas entranhas dessa sociedade patológica de hoje em dia, atualmente. Tradução da linguagem sociológica fake: Ninguém quer ser loser! Loser não é *88**8 tendensia*8*8*8, definitivamente. Já tivemos a moda dos freaks, dos nerds e até mesmo dos geeks. Claro que a tradução Beverly Hills-Piracicaba foi comprometida e os grupinhos viraram: quem tem uma tatuagem põe o dedo aqui que já vai fechar o a-ba-ca-xi, representando os freaks – que a concepção americana via só como esquisitões, outsiders em geral com nenhuma qualidade aparente, o que me fazia me identificar muito com eles, mas a maldita tradução arruinou tudo (smile pulando do abismo); O grupo dos nerds virou o grupo dos estudantes dos milhares cursos de engenharia – menos de alimentos, acho. Esse não mudou tanto no intercâmbio. O que vejo de diferente é que sempre aparecia um menino gordo de cabelo ruivo e cacheado que prendia eles na porta do banheiro ou roubava o lanche dos saquinhos marrons deles; E, por fim, os geeks. A tradução generalizou um pouco. Geek era pra ser aquele que sabia tudo de informática e aqui virou mangá-maníaco que passa o dia todo no youtube. Prosseguindo, a definição de loser seria perdedor, impopular, o que seria exemplificado em leitores de sábado à noite, colecionadores em geral, detentores de acne, pessoas tímidas que em situações de exposição fazem alguma merda – toque pessoal. Ou seja, qualquer um com algum defeito ou esquisitice, inadequado para nossa sociedade perfeita (Rá). Perfeita o cara...melo. Perfeita onde? Na comunidade “Pefeitos e perfeitas do orkut [VIP] ®?” - Tá, eu copiei, mas juro que digitei “perfeitos” e sabia que aparecer exatamente isso (smile do Einstein). Indagação indignada de novo, povo: Perfeita onde? Na Gisele Bündchen? No cérebro do idiota que tatuou ela no peito? Na menina que fez cirurgias para se parecer com ela? Na cadela que alguém nomeou com esse nome? A solução lógica é deixar passar, não se preocupar com o que os outros dizem, pois é isso que um loser faria – acabei de admitir minha condição de loser, mas isso não é segredo pra ninguém, conhecendo-me ou não. Enfim, meu ponto é eu desviei o foco em sua totalidade, não acho mais o centro, nem o vértice, muito menos o ângulo, olhando por essa lente.

Primeira frase, recomeço, go: Nunca entendi a necessidade de se sentir diferente e igual, ao mesmo tempo. Explanando sobre essas necessidades... Need 1: Sentir-se superior por ser diferente, mas não diferente demais. Não pode ser diferente estilo “tô cantando no meio do ônibus sozinho” . O mais provável, acreditem ou não, seria ouvir: “Imaginem se me virem dançando com os Hare Krishna? Será o fim da minha vida social!” O que tem nessa fucking vida social, afinal? Exemplo de vida social: 5684 amigos íntimos que você convidou pra sua festa de 15 anos. Vamos aos dados estatísticos: 5684 comeram e beberam as suas custas. 5683 fingiram estar feliz em ver você. 5660 dançaram “I will survive”. 3048 foram ao banheiro. 5021 falaram que sua festa tava um lixo. 8 fizeram seu cabelo. 3 vestidos. 2 se importariam com você, se estivesse paraplégica. Seriously. Need 2: Pertencer a um grupelho, mesmo um neo-grupo, inventado por você e seus amiguinhos – excluindo brutalmente qualquer um que possa aproximar-se. Socializar-se é importante, mas não entendo por que isso deveria ser tratado como obrigação e não ter interesse em pessoas falsas (ou melhor: pessoas, falsas) seja a maior das estranhezas. Claro que existem pessoas boas. Eu realmente acredito nisso /NÃO sOU tÃo EMo aXiM (L) = ^.^ =/. Mas penso também que não são todos os 5684 amigos íntimos do infame baile de apresentação à sociedade (Você que teve baile, a sociedade já te conhece? Tava aqui curiosa). Need 3: A auto-afirmação: necessária e se realiza, inevitavelmente através de objetos, roupas e possivelmente sobre a humilhação de outra pessoa.

Parece que tudo é feito de forma corrupta, degradante e segregadora. O pensamento vamos-nos dar-as-mãos-e-mudar-o-mundo /conclusão de redação pérola/ vem à mente: Why can we all just get along? Impraticável, aparentemente.

* E se implorar pra todo mundo se dar bem, enquanto eu tô falando mal do todo mundo parece paradoxal. So be it. Ou beat it.

ser ou não s.. ahm, melhor não ter um título do que ter um título fajuto.

necessidade de se enquadrar. necessidade de se diferenciar. ok, ok, o tema é manjado. mas enfim, poucas pessoas lêem isso aqui mesmo, não faz muita diferença. essa idéia me surgiu esses dias, quando estava conversando com uma amiga que se lamentava por ser "estranha", dizendo que se sentiria mais cômoda se fosse "normal". e fiquei pensando nisso. as pessoas são meio incoerentes. não, não todas! nem é necessariamente o caso dessa amiga, ela apenas me remeteu ao tema. estou falando da população média, aquela que a gente (ou vocês, eu não) vê em filmes, na malhação... tá, um pouco menos, mas deu pra entender. então, voltando.. as pessoas são meio incoerentes. por um lado, desejam se enquadrar em um grupo (ou em uma tribo, como costumam dizer os apresentadores do plug), pra irem todos juntos aos mesmos lugares, ouvirem a mesma música, e falarem as mesmas merdas. por outro lado, querem estar nesse grupo para se diferenciar da "maioria". e até mesmo dentro do grupo, querem ter algumas características que os diferenciem das pessoas com as quais elas querem se parecer. sim, isso é absurdo. um exemplo clássico é o dos indies, que usam roupas parecidas, gostam, em geral, da mesma banda, mas que procuram uma banda que ninguém mais conheça pra considerar a melhor do mundo ever (exemplo baseado em textos tipo desciclopédia - pra quem não conhece, http://desciclo.pedia.ws/ -, portanto, nada confiável, mas engraçadinho - ou não).e por causa disso as pessoas ficam em uma busca retardada por essa "identificação diferenciada" (na falta de um termo decente pra isso). algumas chegam ao ponto de fazer coisas que, no fundo, não querem muito, seja pra se igualarem ou pra se diferenciarem.bom, chegando nesse ponto do texto, percebi que não há muito o que falar sobre esse tipo de gente. eles tomam esse tipo de atitude, e se sentem bem assim. eu tento não agir dessa maneira, e acho que estou bem assim. enfim.. alguém tem um assunto aí?

sim, o texto tinha acabado. mas como não postei ainda, posso fazer o que quiser aqui. ao invés de apagar o que não gostei (ou seja, o texto inteiro) e substituir por algo menos pior, decidi recomeçar logo abaixo. eu acho. sei lá se vai render algo menos inútil do que já escrevi, mas enfim.lendo o texto da bel que também foi/será postado aqui, sobre o mesmo assunto, percebi em um aspecto não muito bem abordado aqui. ou mais de um.as pessoas se importam com essas coisas a ponto de ficarem felizes com falsas amizades. vide pessoas que saem adicionando pessoas no orkut, mesmo sem nunca terem conversado, e ainda convidam essas pessoas pra festas. e essas mesmas pessoas se cruzam por aí no dia-a-dia e nem olham na cara uma da outra. se importar em ter "amizades" falsas e superficiais, só por questões de aparência, só pra se sentir "popular", é patético.assim como é patético o modo como algumas pessoas procuram se diferenciar, entrando em "modinhas exclusivas" só pra se sentir diferente. primeiro piercings, depois lesbianismo (ou pseudo-lesbianismo, aquelas menininhas que andam de mão dadas só por andar), tipos de roupa.. enfim, coisas que as pessoas fazem não por se sentir bem com aquilo, somente pra se sentir "diferente". e no fim das contas, querem isso pra chamar atenção dos outros, e assim conseguir uma maior inclusão.bom, as pessoas são incoerentes, e sei lá porque eu tô aqui escrevendo sobre elas. e pior, esse texto soou muito como "eu sou diferente dessas pessoas, viram? me achem legal e comentem muito no meu post, pra eu me sentir popular." pelo jeito sou incoerente também. patético.
p.s.: sintam-se à vontade pra sugerir um tema decente pro meu próximo post.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Fora a girafalização: por uma população de baixo nível (de estatura)

Por que mulheres são obcecadas por salto alto? Algumas acham que precisam usá-lo todo fucking day! Saltos simbolizam poder, feminilidade, glamour - dizem. Sei lá... alguma razão histórica pra tal fato? /Jogando no google: história salto alto/ Como a gente viveu tanto tempo sem Wikipedia? Ah, é, tinha a Barsa. Mas a Barsa demorava pra ser atualizada, de forma que ficaríamos muito atrás em relação às atualidades /fofocas/. Continuando e humilhando-me: é, tem uma razão histórica. Antiguidade, blá, blá, blá, mulheres em casa, educavam família, blá, blá, homens faziam rituais em homenagem* a elas, blá?, ficavam em pedestais a 2 m de altura... /pra serem queimadas?/... para serem homenageadas e os homens cantavam e dançavam para elas, blá! Por que não existe isso mais? Eu queria um ritual em minha homenagem. Totalmente mereço (?). Resumindo: as escadas das cerimônias de serenatas coletivas na Idade da Pedra foram diminuindo até virarem coisinhas mais práticas e se transformaram em sapatos de salto, o que foi perpetuado durante a Idade Média por rainhas metidinhas /Maria Antonieta/ para demonstrar que eram mais - mas muito mais, meu bem - que os plebeuzinhos ranhentos dos povoados e os caipiras nóis-trupica-mai-num-cai enlamados dos feudos. Prosseguindo após resuminho histórico: Sim, eu gosto de sapatos. Só que pela beleza deles, não pelo que dizem que eles proporcionam, não por serem agarra-marido, sendo mais prontofalada. E o motivo de alguém se sacrificar - sacrificar mesmo, porque é raro um ser confortável - é intrigante. Satisfazer a vontade masculina? (Algum deles vai reparar? Algum hétero?). A postura fica melhor? (A troco de dor nos pés, varizes e futuro fraturamento da coluna). Não se trata de ser xiita. Sou total pró frescurinha, do tipo "vou levar hidrantante pro acampamento" ou do tipo "vou por delineador pra ir na missa", mas sou total contra vaidades prejudiciais como o uso diário de sapato da salto alto. Eu sei que se sapato fosse substituído por nicotina na útima oração ia parecer um assunto sério, mas estou sinceramente tentando não exagerar porque sei quão inútil é o assunto. Aliás, além de inútil, é minha opnião no maior estilo falomermo - o que não dá pra levar naaa-d-a a sério. Por isso, tranquilizem-se pattys. Brincadeira! /falsidade/
* Então os homens são bons por natureza. Locke e Rousseau: 10 pontos. Hobbes: 0. Mas não se preocupe, Ho, - só um apelido /Quem não sabe, nem procura o significdo pelamordedells/ você recupera na próxima rodada. Próxima pergunta: "Estado de natureza? A) Bárbarie?..."

criticando a crítica (qual crítica? leia, pô!)

humor negro é algo que causa muitas polêmicas. não é bem aceito em todos os lugares, nem todas as pessoas acham graça. não achar graça ainda vá lá, o problema é o argumento que a maioria das pessoas usa pra justificar o seu repúdio por esse tipo de humor: "ai, que maldade, ficar rindo das pobres criancinhas etíopes, que estão lá passando fome". "nossa, é muito cruel ficar fazendo piada com os deficientes físicos".

primeiro, qual a diferença entre se fazer piada com um etíope, um deficiente, um judeu, um gay, um gaúcho (estou repetindo?), um nordestino, ou um padre voador? não, isso não foi uma piada, tipo aquela da diferença entre a mulher, o poste e o bambu, foi uma pergunta mesmo.
nenhuma, a diferença entre fazer piada com qualquer um dos tipos aí de cima não é nenhuma. e a grande maioria dos que criticam o dito humor negro com certeza já riu de alguma piada de gaúcho ou judeu. se não riu, é porque é uma pessoa de mal com a vida, e que não sabe rir de nada. até porque piadas, em sua maioria, exigem um esteriótipo. você conhece alguma piada que tenha como personagem um sujeito de estatura mediana, peso normal, cabelos e olhos pretos, de classe média, que não seja um galã, nem um cara feio pra cacete, que tenha um emprego normal, uma família normal.. enfim, um sujeito tipicamente normal... conhece? eu, pelo menos, não conheço. e se existir, provavelmente é uma piada sem graça. portanto, piadas decentes exigem esteriótipos. e a única diferença do humor negro é que ele faz piada com esteriótipos mais "sofridos", ou simplesmente menos comuns. enfim, já está explicado porque não há diferença nenhuma entre fazer piadas com qualquer um daqueles tipinhos que eu citei lá em cima.

e o segundo ponto, e mais simples, que mostra porque é uma besteira criticar o humor negro, é o fato de que, independente de eu fazer uma piada ou não, as crianças vão morrer de fome na etiópia, e o deficiente vai permanecer deficiente. não é porque eu estou fazendo uma piada preconceituosa que eu sou de fato preconceituoso. a velha história do "perco o amigo, mas não a piada", só que um pouco diferente. enfim, as pessoas tem que saber que as piadas estão em um ambiente isolado, que às vezes se utiliza da realidade para fazer humor. só isso.

o máximo que uma piada causa, no mundo real, além de risadas, é uma reflexão sobre o tipo/situação mostrado nela. ou seja, um efeito positivo. só que pra isso, é preciso que as pessoas tenham um mínimo de bom senso. e senso de humor, lógico.