quinta-feira, 22 de outubro de 2009

tédio criativo

muito se fala no ócio criativo. eu estou experimentando, neste semestre, o tédio criativo. durante as aulas de francês instrumental I, extremamente chatas, comecei a desenhar, e desenvolvi um traço característico, bem reto. confira abaixo:

pra começar, uma homenagem a quem proporcionou o tédio criativo, a professora:


e agora, outras imagens aleatórias:







domingo, 23 de agosto de 2009

Take one for the team

Então, que o Rubinho é um bosta e que grandes merda ele ter vencido a corrida e que a loserness dele nunca se apagará todo mundo sabe. Outro dia ele tava sendo entrevistado e, graças ao fato de que todo mundo que aparece ao lado do João Gordo quer parecer “cool como ele” (vamos pensar nessa oração como se tivesse mais aspas ainda) e quer falar muitos palavrões e xingar a mãe de todo mundo, o Rubinho ainda se revelou pas-sa-do (expressões anos 90 me encantam de um jeito) com a Ferrari por causa daquela infame corrida em que ele deixou passar o outro membro da equipe. No caso, ele não tinha a menor possibilidade de vencer o campeonato, enquanto Schumacher, apesar de não ter precisado da vitória, era um dos favoritos.

Fiquei pensando na inabilidade das pessoas em se sacrificar pelo time. Em insistir na própria idéia, desconsiderando a capacidade alheia por insegurança ou excesso de auto-confiança, ainda que a outra sugestão fosse mais adequada de acordo com o senso-comum. Por insegurança, eu me refiro àquelas pessoas que querem passar uma fachada de confiantes, mas que preferem não escutar o que os outros têm a dizer para não murchar o ego de tamanho inconstante.

Difícil torcer pelo coletivo ao invés de torcer para si mesmo. Nesses momentos dá pra perceber que a gente não se odeia tanto assim. Meu sonho argumentar com um suicida que se ele é egoísta a ponto de se matar (egoísta porque alguém com certeza deve amar ele, provavelmente, acho, e essa pessoa vai sofrer) e que ele valoriza mais a opinião dele (uma opinião de suicida: ninguém me ama, ninguém me quer e a coisa toda) quer dizer que ele se ama e se ele se ama não deve se matar porque isso é pecado mortal e ele vai para o inferno e alguém que se ama não quer ir para o inferno, a menos que seja metaleiro, mas acho que é tudo mentira, a maioria deve tocar no grupo de música da igreja.

Antes de empurrar alguém de uma ponte, vou dizer isso. Mas acho que não seria qualificado como suicídio daí. Enfim, leis me confundem.

campanha pela frescura zero*

*tema sugerido pela amiga luciana galastri

cena: restaurante, hora do almoço, pessoa com um prato de comida de qualidade duvidosa chama o garçom.

- amigo! me traz uma coca zero, com limão e gelo.

se você congelou nos anos 80, começo dos 90 no máximo, deve estranhar a adição de qualquer palavra após a coca. pois é, antigamente, uma coca era uma coca, você a pedia e tomava do jeito que vinha. não tinha essa variedade de opções, zero, light, e o escambau, e, até onde eu me lembro, também não tinha esse negócio de pedir copo com limão pra coca, copo com laranja pro guaraná, e frecuras do tipo. lá pela metade dos anos 90, eu acho, que apareceram os refrigerantes diet (se apareceram antes, eu não era velho o suficiente pra diferenciar). mas, ainda assim, eram só os normais e os diet.

agora, você pode optar por light, por zero, copo com ou sem gelo, com limão, laranja, melancia, jaca, e outras bizarrices. tá, esses dois últimos eu nunca vi, mas deve ter em algum lugar. alguém aí poderia me explicar qual a utilidade de se ter tantos tipos de refrigerante? "ah, é mais saudável", alguém pode argumentar. tipo, é um refrigerante, então, no máximo, vai fazer menos mal.

e é aqui que entra o ponto principal: o refrigerante em si já é algo que faz mal (não, não sou contra, eu tomo mais refrigerante que qualquer um dos meus 4 leitores, aposto), então, vale à pena, em troca de 5% a menos de malefício, tomar um refri com um gosto pior que o original? sim, pois minhas pesquisas informais, com pai, mãe, irmã, namorada e meia-dúzia de amigos confirmam a minha teoria de que refrigerantes zero/light/diet são invariavelmente menos saborosos do que os refrigerantes tradicionais. só que não faz o menor sentido tomar algo pior só pra ter menos prejuízos à saude. seria a mesma coisa que passar a tomar cerveja glacial, ou malte, ou outra marca alternativa, caso elas aleguem ter menos calorias. um simples atentado ao bom gosto.

a adição do limão (seja no copo, ou diretamente no refrigerante, como na pepsi) faz parte de um outro tipo de frescura, acho que a mesma que levou à criação das caipirinhas de diversos sabores (também conhecidas como caipirinhas pra meninas), como morango, kiwi, uva, melancia, e sei lá mais o que. na verdade, acabei de pensar em uma teoria inversa à que acabei de citar: o surgimento dessas diversas caipirinhas fez com que a utilização do limão nessas bebidas caísse de absolutos e justos 100%, para absurdos e afeminados 50%. para recuperar as perdas, os produtores de limão fizeram acordo, primeiramente, com o sindicato dos garçons, que, em troca de benefícios financeiros, passaram a oferecer limão para acompanhar os refrigerantes. ao perceber o sucesso da medida, os produtores de limão entraram em acordo com a pepsi, criando um produto que de imediato conquistou o público. enfim, uma grande conspiração.

esse papo me lembrou de algo que surgiu há uns 4 anos, e que, felizmente, não vingou: a cerveja com tequila. era algo simplesmente intragável, não lembro de ninguém que tenha gostado. enfim, não tem nada a ver com a conspiração do limão, muito menos com a paranóia do zero, mas eu fiquei com vontade de falar nisso.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

q

Chris Cornell tenta ser Justin Timberlake, a PUC vai ter menos dias de aula que a Federal na semana que precede a páscoa, Rihanna é espancada, mas é feliz. Enfim, é uma safadeza apocalíptica. Mais fim dos tempos que isso seria alguém me ver na Santa Fé ou dançando valsa em corredores de faculdades. O que não aconteceu. Terem me visto, eu quero dizer.

Top 5 coisas mais improváveis-de-acontecer-comigo-só-que-prováveis-devido-ao-estranho-rumo-que-2009-tem-tomado:

5. Ganhar um Grammy;
4. Ser presa por posse ilegal de maracujás papaia;
3. Me tornar a primeira cavala marinha a dar a luz a óctuplos depois dos 63 anos;
2. Me casar;
1. Praticar exercícios físicos regularmente;

Trabalhar ficaria em sexto e lavar minha mochila empataria com dobrar minhas roupas em sétimo lugar.

Tenho muito medo do desenrolar dessa trama, podem rolar altas confusões, talvez com uma cavala marinha esperta pra cachorro, que por acaso é a melhor artista revelação de 2009 e tem uma queda por maracujás de tipos inexistentes e que também seja comprometida com seu marido/rotina de exercícios para perder o peso da gravidez realizada no clube da melhor idade da Nissei.

Mas é só um palpite.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

ronaldo can't fail*

Dúvidas gerais respondidas por ronaldo duarte
(perguntas por bel victório)

*trocadilho com a música "rudie can't fail", do the clash.

Oi, meu nome é A.C.D.C. e tenho 13 anos. Namoro o pedreiro que trabalha na construção de frente a minha casa faz dois meses, desde que a obra começou. Quando a gente se conheceu, ele disse que era engenheiro, achou que me enganaria mesmo não tendo dentes. E me enganou. Enfim, era legal no começo, mas a verdade é que minha menstruação não vem há duas semanas, estou grávida. O que devo fazer?

Bom, é uma situação complicada. Ao que me parece, mesmo tendo percebido a ausência de dentes do sujeito, você acreditou que ele fosse engenheiro, e planejou um golpe-do-baú. Depois, descobriu que o plano era frustrado, e resolveu seguir em frente porque acabou se apaixonando, ou porque é uma ninfeta e gostou da coisa. De qualquer jeito, você engravidou e precisa de uma saída. O mais lógico e sensato seria o aborto. Porém, você pode buscar uma saída muito mais glamurosa: oriente seu namorado a guardar o lucro das próximas três obras para comprar um diploma de engenharia. Como ele já possui conhecimento nas áreas de construção civil e da mentira, além de não possuir escrúpulos (já que se envolve com uma garota da sua idade), não terá dificuldade em se passar por engenheiro civil e conseguir emprego em uma grande construtora. Até o primeiro prédio construído por ele desabar, vocês já terão dinheiro suficiente para se esconder da justiça em algum país do exterior. Assim, você poderá sustentar seu filho com tranqüilidade, e ainda realizará o sonho do golpe-do-baú próprio.

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Ronaldo, estou desesperada. Toda vez que saio de casa, todo mundo me olha, é um assédio geral. Desconfio que paparazzi estejam tirando fotos minhas, como aquela mulher que me fotografou no centro outro dia, disse algo sobre blog de moda, certo e errado, não entendi nada. Fez várias perguntas sobre o que eu tava vestindo. Logo aquele dia em que usava uma roupa tão discreta. Uma meia-calça branca transparente e um fio-dental preto, com top vermelho de renda. Não consigo entender essa gente jovem que fica admirando a beleza de gente na faixa dos 50, como eu. Um marido e um amante traficante já são suficientes, entende?

Eu entendo seu desespero. Deve ser mais ou menos a mesma sensação que eu tenho quando saio usando uma roupa básica, como sandália, meia na metade da canela, bermuda no meio da coxa, camisa florida aberta na altura do peito e chapéu de palha. Qualquer conselheiro simples te diria para ignorar os olhares e comentários das pessoas, ou então para passar a vestir roupas sem estilo, como calça jeans e blusinha branca. Mas eu não sou um simples conselheiro, e acredito que as pessoas devem sempre mostrar o que pensam, e lutar para conseguir o que deseja. Se o olhar das pessoas te incomoda, se a inveja das jovens e magras garotas (que queriam ter o seu corpo de mulher experiente, e o seu bom gosto adquirido com a idade) te irrita, se o tesão dos garotos malhados (que queriam estar no lugar do seu marido, ou do seu amante traficante) te deixa desconfortável, faça o seguinte: toda vez que alguém lhe importunar, seja com um olhar, seja com um comentário, vá até a pessoa, olhe-a nos olhos, e diga em tom firme: “sua inveja é a minha força. Quanto mais você quer ser igual a mim, mais perfeita eu me torno”. Com isso, todo mundo perceberá quão superior você é, e ninguém mais te lançará olhares incômodos, pois ninguém se achará digno de te olhar.

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Véi, ontem fui na Yankee e peguei só trinta. Meu amigo Bruninho Matarazzo, o bisneto da Maysa, pegou só 45,13. Não sei o que acontece com essas meninas que não querem ficar com a gente, que ficam de cara quando a gente puxa o cabelo delas ou quando a gente canta I wanna fuck you olhando pra elas e lambendo a orelha da guria com que a gente ta ficando naquele décimo de segundo e até quando a gente pede pra ficar com elas e depois beija as cinco amigas delas que estavam dançando com elas. Guria mais vagabunda que não quis ficar comigo, né?

Então brow, a fita é a seguinte: hoje em dia as parada com as mina já são diferente. Elas não querem mais saber desse negócio de cavalheirismo e gentileza, puxada de cabelo e lambida. A mulherada tá safada, quer saber de homem atirado, de brutalidade. Se você chegar puxando o cabelo, elas não só não vão querer nada, como vão dizer pro amigo gay chegar em você, porque vão pensar que você é fruta. Então, a tática pra pegar todas é a seguinte: chega já dando um tapa na cara, pra vagaba ver quem é que manda. Depois disso, enche a mão na bunda dela, a outra você segura o pescoço e beija. Ela vai fazer um charme, te empurrar e chamar de idiota. Nessa hora, é só dar um apertão no peito dela, por dentro da blusa. Pronto, a gatinha tá no papo, é só partir pro abate. Caso isso não funcione, mostre pra ela a chave do carro do papai, que você pegou emprestado. Ela não vai resistir ao ver as quatro argolinhas da Audi, ou a estrela de três pontas da Mercedes.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

a dádiva da vida

esses dias estava conversando com uma amiga, e acabamos nos perguntando o seguinte:
- por que diabos as pessoas agradecem ao fato de estarem vivas? por que consideram a vida uma dádiva, uma benção? isso é um pouco absurdo. vou analisar isso em primeira pessoa, por questões práticas, mas não estarei falando necessariamente de mim.

em primeiro lugar, eu não pedi pra nascer. simplesmente fui [gerado no útero da minha mãe, porque um espermatozóide do meu pai fecundou seu óvulo]/[concebido no útero da minha mãe porque deus/alá/vishnu/buda/qualquer-divindade-a-sua-escolha quis] e nasci. porque tenho que agradecer por isso? quem disse que eu queria estar aqui?
e outra, porque considerar isso um privilégio? privilégio é ter dinheiro, conforto, comida em fartura na mesa, um emprego ou amigos no governo, facilitando a sua vida. isso é privilégio. estar vivo é apenas coincidência. mas enfim, eu fui jogado nesse mundo. além de não ter tido a escolha de nascer ou não, não escolho como ou onde nascer.
uma criança loira, de olhos azuis, nascendo em uma família abastada na suécia, não tem do que reclamar. mas porque seria uma benção nascer quase morrendo, em qualquer país miserável, e já ganhando de brinde mais doenças do que meu livro de biologia do ensino médio citava? ok, considere que eu sobrevivi a esse nascimento, e tive uma infância razoável.

agora sou um adolescente, um ser que não é nem tão adulto quanto pensa ser, nem tão criança quanto já foi, que tem espinhas na cara, e descobre - ou pensa ter descoberto - o que é o amor. assista qualquer comédia adolescente americana básica que você entenderá. na transição dessa fase pra fase adulta, aí é que a situação fica feia de vez.

primeiro, você tem que decidir o que, ao menos na teoria, você quer fazer no resto da sua vida. daí você faz vestibular, faculdade, conhece pessoas que, em quatro anos, vão sair da sua vida, assim como os amigos anteriores já estão saindo, e depois, a tão aguardada hora da formatura - e consequente desemprego. depois disso, é arrumar um emprego, constituir família, e viver em função dessas duas coisas.

se isso tudo pode ser divertido? sim, claro que pode. mas, considerar isso uma benção e agradecer ao simples fato de estar vivo é um exagero.
*deixo aqui um agradecimento à renata ortega, pelo assunto do post, pela companhia no montanha e pelos quatro anos de amizade.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Oi Oi Cara-de-boi

A atendente, que curiosamente parecia Kate Moss, nos atendeu e nos introduziu/ui/ ao mundo das compras para bebês com as palavras:
- Oi Oi Cara-de-boi, bem-vindas à loja!
Frase coerente que me fez perceber que:
1. Kate Moss de cabelo escuro obedece às ordens da gerente por receber as pessoas mencionando o nome da loja e parecendo feliz pelo constrangimento, como qualquer outro trabalhador digno. Notei também que a frase ‘bem-vindas’, por mais natural que pareça, prova que ela é funcionária nova.
2. Achei que teria algo mais para enumerar.

To sastisfeita nessa firma, minina!

Eu sempre achei que a Oi Oi Cara-de-boi fosse um bar. Não que pareça com nome de bar ou que bois me lembrem cerveja. Talvez por ser próxima a Rodeo, talvez por iluminarem a entrada a noite. De qualquer forma, é uma observação estúpida e desatenta, como a maioria delas.

A loja era tão perfeitamente fofa. Roupas de 10 cm por 70 reais, mesinhas de madeira, almofadas de uma estampa que você nunca encontraria em nenhum outro lugar, bijuterias coloridinhas com flores e botões, tudo bem feito e muito caro. Fiquei pensando no sofrimento daquelas funcionárias que têm Lá vem o pato, pato aqui, pato acolá como trilha sonora de 33,33% de seus dias. Na verdade, menos, já que eles alternam com Xuxa também. Nossa, que alívio.

E por que eu iria querer?

Nem Kate dos Trópicos Moss, nem a outra atendente-metida-a-chefe-com-dois-dedos-de-raíz-morena sabiam muito bem como desmontar o carrinho de 600 reais super prático. O berço em forma de chiqueirinho, outro item super prático, também era desmontável e era acompanhado de uma bolsa de 70 cm que poderia servir para guardá-lo. Esqueça do conforto de bebê, comprem berços de plástico super práticos! Mas não foi dessa vez que as deixamos torrar suas comissões na Yankee, oh, não, meu caro.

No caminho, ficamos pensando sobre nomes de bebê. Na verdade, eu já desisti dessa história há tempos, porque qualquer sugestão minha é fortemente retalhada, o que me fez pensar sobre a importância dos nomes. Enquanto tava viajando, tomei a liberdade – frase de funcionário eficiente - de anotar nomes de marcas/lojas estranhos nos outdoors e placas – frase de alguém um pouco perturbado.

Nomes anotados:

- Pedra d’água. Marca de roupa. Era nesse outdoor que tava a ex-miss Brasil ao lado de alguém ainda mais insignificante.
- Antiqueda. Marca de roupa. Ou de xampu.
- Bainha de ferro. Marca de roupa. Quê?
- Gata Bakana. Marca de roupa. Creio que esse negócio de k só deu certo com a Kibon mesmo.
- Onda Federal. Marca de roupa. Na primeira vez que vi fiquei pensando na faculdade e não consegui ligar muito bem as palavras. Depois me lembrei de que às vezes minha mãe usa federal como adjetivo, o que me parece bem 80’s, Juba e Lula.
- Bell arte. Design de móveis. Arte de sino ou de uma Isabell, uma escrita bem usual desse nome.
- Nananua. Marca de lingerie. Credo.
- Breitaupt. Não lembro mesmo. Nome alemão impronunciável, com todo respeito à família Breitaupt, que, por sinal, nunca lerá esse post.
- Hornburg. Carrocerias. Um hamburger horny, é o que me lembra, me desculpem.

Nomes idiotas me fazem não gostar da marca/loja de início. Outro dia eu me deparei na geladeira com o queijo Lambedor. Não era labrador, nem lavrador ou lenhador, que fosse, porque qualquer coisa faria mais sentido que um queijo lambedor. Por essa e por outras, como ter imaginado uma cirurgiã chamada Vandrícia, percebi que nomes fazem mesmo a diferença. Sagaz, muito sagaz.

Esse foi mais um post patrocinado por Bel Mictório.

domingo, 4 de janeiro de 2009

adeus ano velho?

ano novo, vida nova. ano novo, vida nova? bom, todo ano é a mesma coisa. que maravilha, um ano que acaba, outro que começa. hora de repensar os erros cometidos nos últimos 365 dias, e fazer planos para os próximos. estudar mais, emagrecer, ganhar dinheiro, viajar. certo?

errado. é só mais um dia. você conhece alguém que tenha de fato realizado todas as promessas de ano novo? eu não. assim como a maioria das datas comemorativas, feriados e afins, é só mais um dia que serve como pretexto para as pessoas não trabalharem, viajarem pra praia. e pras lojas venderem algo, no caso, roupas brancas e champagne - ou, para de 99% das pessoas, algum espumante barato.

pra mim, não foi muito diferente. de fato, fui pra praia. uma praia feia, coberta de gente feia. dessa vez, nem me arrisquei a chegar perto da areia, por já saber o que encontraria - pseudo-boys ouvindo música alta no carro e tomando tubão, piriguetis com tatuagem de henna rolando na areia feito frango assado no espeto, e pessoas usando pouca roupa - 90% delas totalmente fora de forma, o que torna a visão consideravelmente desagradável. não me aproximei não só para não ver isso, mas também para não aumentar índice de pessoas fora de forma por lá.

eliminada a areia, o que sobra? parentes. gosto da minha família, meus tios são engraçados, é tudo divertido. mas passar o dia inteiro em casa sem fazer nada, apenas conversando, pode ser bem cansativo. pelo menos permite encontrar coisas bizarras, como a bicicleta de um primo-bebê meu, uma "hot bike alaska". fico devendo a foto, mas imagine uma bicicleta, com rodas em chamas, derretendo blocos gigantes de gelo. foi a primeira coisa que imaginei ao ver o nome da bicicleta do piá. mas isso já não tem nada a ver com o ano novo.

outra utilidade do ano novo é delimitar um período da vida para as pessoas considerarem bom ou ruim. de fato, até eu me pego fazendo isso - por exemplo, quando digo que 2008 foi o melhor ano da minha vida. mas, assim como digo isso, poderia dizer que o último perído entre setembro e maio foi o pior que tive, ou qualquer coisa do tipo. são apenas delimitações, mas o fato de o número do ano aumentar não significa nenhuma mudança efetiva, como muitas pessoas acreditam, ao criarem esperanças de que o próximo ano será melhor e blá blá blá.

como pode-se facilmente perceber, comecei meu ano como passei o último: sem muita coisa útil pra fazer, e, acima de tudo, sem grandes idéias para escrever. por isso, meu post fica por aqui. feliz-seja-lá-o-que-você-quiser.