segunda-feira, 11 de agosto de 2008

criticando a crítica (qual crítica? leia, pô!)

humor negro é algo que causa muitas polêmicas. não é bem aceito em todos os lugares, nem todas as pessoas acham graça. não achar graça ainda vá lá, o problema é o argumento que a maioria das pessoas usa pra justificar o seu repúdio por esse tipo de humor: "ai, que maldade, ficar rindo das pobres criancinhas etíopes, que estão lá passando fome". "nossa, é muito cruel ficar fazendo piada com os deficientes físicos".

primeiro, qual a diferença entre se fazer piada com um etíope, um deficiente, um judeu, um gay, um gaúcho (estou repetindo?), um nordestino, ou um padre voador? não, isso não foi uma piada, tipo aquela da diferença entre a mulher, o poste e o bambu, foi uma pergunta mesmo.
nenhuma, a diferença entre fazer piada com qualquer um dos tipos aí de cima não é nenhuma. e a grande maioria dos que criticam o dito humor negro com certeza já riu de alguma piada de gaúcho ou judeu. se não riu, é porque é uma pessoa de mal com a vida, e que não sabe rir de nada. até porque piadas, em sua maioria, exigem um esteriótipo. você conhece alguma piada que tenha como personagem um sujeito de estatura mediana, peso normal, cabelos e olhos pretos, de classe média, que não seja um galã, nem um cara feio pra cacete, que tenha um emprego normal, uma família normal.. enfim, um sujeito tipicamente normal... conhece? eu, pelo menos, não conheço. e se existir, provavelmente é uma piada sem graça. portanto, piadas decentes exigem esteriótipos. e a única diferença do humor negro é que ele faz piada com esteriótipos mais "sofridos", ou simplesmente menos comuns. enfim, já está explicado porque não há diferença nenhuma entre fazer piadas com qualquer um daqueles tipinhos que eu citei lá em cima.

e o segundo ponto, e mais simples, que mostra porque é uma besteira criticar o humor negro, é o fato de que, independente de eu fazer uma piada ou não, as crianças vão morrer de fome na etiópia, e o deficiente vai permanecer deficiente. não é porque eu estou fazendo uma piada preconceituosa que eu sou de fato preconceituoso. a velha história do "perco o amigo, mas não a piada", só que um pouco diferente. enfim, as pessoas tem que saber que as piadas estão em um ambiente isolado, que às vezes se utiliza da realidade para fazer humor. só isso.

o máximo que uma piada causa, no mundo real, além de risadas, é uma reflexão sobre o tipo/situação mostrado nela. ou seja, um efeito positivo. só que pra isso, é preciso que as pessoas tenham um mínimo de bom senso. e senso de humor, lógico.

8 comentários:

Bel disse...

Shernobyl é puro glamour, minha gente!

ronaldo duarte. disse...

com certeza! o pessoal por lá tem luz própria!

Bel disse...

O sol nasce em Shernobyl ;)

sandoval matheus disse...

por exemplo: o ronaldo é meu amigo, mas eu devo fazer umas 50 piadas com veados por dia...
uma coisa é uma coisa; outra coisa...

Fernanda disse...

Seria interessante sua última frase sem a vírgula: 'e senso de humor lógico.'
[foi mais encheção do que comentário...¬¬']

Anônimo disse...

Eu nunca entendi por completo alguma piada. hahahaha.

Anônimo disse...

A verdade é que rir da desgraça alheia é quase inevitável em algumas situações!! ( ns! isso fez algum sentido? oO)

Bru disse...

Eu não reflito sobre as minorias que são esculhambadas em piada.
Eu fico rindo tanto que esqueço de pensar no lado do próximo =P