




aleatoriedades desinteressantes. bobagens non-sense. opiniões irrelevantes.





Dúvidas gerais respondidas por ronaldo duarte
(perguntas por bel victório)
*trocadilho com a música "rudie can't fail", do the clash.
Oi, meu nome é A.C.D.C. e tenho 13 anos. Namoro o pedreiro que trabalha na construção de frente a minha casa faz dois meses, desde que a obra começou. Quando a gente se conheceu, ele disse que era engenheiro, achou que me enganaria mesmo não tendo dentes. E me enganou. Enfim, era legal no começo, mas a verdade é que minha menstruação não vem há duas semanas, estou grávida. O que devo fazer?
Bom, é uma situação complicada. Ao que me parece, mesmo tendo percebido a ausência de dentes do sujeito, você acreditou que ele fosse engenheiro, e planejou um golpe-do-baú. Depois, descobriu que o plano era frustrado, e resolveu seguir em frente porque acabou se apaixonando, ou porque é uma ninfeta e gostou da coisa. De qualquer jeito, você engravidou e precisa de uma saída. O mais lógico e sensato seria o aborto. Porém, você pode buscar uma saída muito mais glamurosa: oriente seu namorado a guardar o lucro das próximas três obras para comprar um diploma de engenharia. Como ele já possui conhecimento nas áreas de construção civil e da mentira, além de não possuir escrúpulos (já que se envolve com uma garota da sua idade), não terá dificuldade em se passar por engenheiro civil e conseguir emprego em uma grande construtora. Até o primeiro prédio construído por ele desabar, vocês já terão dinheiro suficiente para se esconder da justiça em algum país do exterior. Assim, você poderá sustentar seu filho com tranqüilidade, e ainda realizará o sonho do golpe-do-baú próprio.
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Ronaldo, estou desesperada. Toda vez que saio de casa, todo mundo me olha, é um assédio geral. Desconfio que paparazzi estejam tirando fotos minhas, como aquela mulher que me fotografou no centro outro dia, disse algo sobre blog de moda, certo e errado, não entendi nada. Fez várias perguntas sobre o que eu tava vestindo. Logo aquele dia em que usava uma roupa tão discreta. Uma meia-calça branca transparente e um fio-dental preto, com top vermelho de renda. Não consigo entender essa gente jovem que fica admirando a beleza de gente na faixa dos 50, como eu. Um marido e um amante traficante já são suficientes, entende?
Eu entendo seu desespero. Deve ser mais ou menos a mesma sensação que eu tenho quando saio usando uma roupa básica, como sandália, meia na metade da canela, bermuda no meio da coxa, camisa florida aberta na altura do peito e chapéu de palha. Qualquer conselheiro simples te diria para ignorar os olhares e comentários das pessoas, ou então para passar a vestir roupas sem estilo, como calça jeans e blusinha branca. Mas eu não sou um simples conselheiro, e acredito que as pessoas devem sempre mostrar o que pensam, e lutar para conseguir o que deseja. Se o olhar das pessoas te incomoda, se a inveja das jovens e magras garotas (que queriam ter o seu corpo de mulher experiente, e o seu bom gosto adquirido com a idade) te irrita, se o tesão dos garotos malhados (que queriam estar no lugar do seu marido, ou do seu amante traficante) te deixa desconfortável, faça o seguinte: toda vez que alguém lhe importunar, seja com um olhar, seja com um comentário, vá até a pessoa, olhe-a nos olhos, e diga em tom firme: “sua inveja é a minha força. Quanto mais você quer ser igual a mim, mais perfeita eu me torno”. Com isso, todo mundo perceberá quão superior você é, e ninguém mais te lançará olhares incômodos, pois ninguém se achará digno de te olhar.
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Véi, ontem fui na Yankee e peguei só trinta. Meu amigo Bruninho Matarazzo, o bisneto da Maysa, pegou só 45,13. Não sei o que acontece com essas meninas que não querem ficar com a gente, que ficam de cara quando a gente puxa o cabelo delas ou quando a gente canta I wanna fuck you olhando pra elas e lambendo a orelha da guria com que a gente ta ficando naquele décimo de segundo e até quando a gente pede pra ficar com elas e depois beija as cinco amigas delas que estavam dançando com elas. Guria mais vagabunda que não quis ficar comigo, né?
Então brow, a fita é a seguinte: hoje em dia as parada com as mina já são diferente. Elas não querem mais saber desse negócio de cavalheirismo e gentileza, puxada de cabelo e lambida. A mulherada tá safada, quer saber de homem atirado, de brutalidade. Se você chegar puxando o cabelo, elas não só não vão querer nada, como vão dizer pro amigo gay chegar em você, porque vão pensar que você é fruta. Então, a tática pra pegar todas é a seguinte: chega já dando um tapa na cara, pra vagaba ver quem é que manda. Depois disso, enche a mão na bunda dela, a outra você segura o pescoço e beija. Ela vai fazer um charme, te empurrar e chamar de idiota. Nessa hora, é só dar um apertão no peito dela, por dentro da blusa. Pronto, a gatinha tá no papo, é só partir pro abate. Caso isso não funcione, mostre pra ela a chave do carro do papai, que você pegou emprestado. Ela não vai resistir ao ver as quatro argolinhas da Audi, ou a estrela de três pontas da Mercedes.
To sastisfeita nessa firma, minina!Nem Kate dos Trópicos Moss, nem a outra atendente-metida-a-chefe-com-dois-dedos-de-raíz-morena sabiam muito bem como desmontar o carrinho de 600 reais super prático. O berço em forma de chiqueirinho, outro item super prático, também era desmontável e era acompanhado de uma bolsa de 70 cm que poderia servir para guardá-lo. Esqueça do conforto de bebê, comprem berços de plástico super práticos! Mas não foi dessa vez que as deixamos torrar suas comissões na Yankee, oh, não, meu caro.
No caminho, ficamos pensando sobre nomes de bebê. Na verdade, eu já desisti dessa história há tempos, porque qualquer sugestão minha é fortemente retalhada, o que me fez pensar sobre a importância dos nomes. Enquanto tava viajando, tomei a liberdade – frase de funcionário eficiente - de anotar nomes de marcas/lojas estranhos nos outdoors e placas – frase de alguém um pouco perturbado.
Nomes anotados:
- Pedra d’água. Marca de roupa. Era nesse outdoor que tava a ex-miss Brasil ao lado de alguém ainda mais insignificante.
- Antiqueda. Marca de roupa. Ou de xampu.
- Bainha de ferro. Marca de roupa. Quê?
- Gata Bakana. Marca de roupa. Creio que esse negócio de k só deu certo com a Kibon mesmo.
- Onda Federal. Marca de roupa. Na primeira vez que vi fiquei pensando na faculdade e não consegui ligar muito bem as palavras. Depois me lembrei de que às vezes minha mãe usa federal como adjetivo, o que me parece bem 80’s, Juba e Lula.
- Bell arte. Design de móveis. Arte de sino ou de uma Isabell, uma escrita bem usual desse nome.
- Nananua. Marca de lingerie. Credo.
- Breitaupt. Não lembro mesmo. Nome alemão impronunciável, com todo respeito à família Breitaupt, que, por sinal, nunca lerá esse post.
- Hornburg. Carrocerias. Um hamburger horny, é o que me lembra, me desculpem.
Nomes idiotas me fazem não gostar da marca/loja de início. Outro dia eu me deparei na geladeira com o queijo Lambedor. Não era labrador, nem lavrador ou lenhador, que fosse, porque qualquer coisa faria mais sentido que um queijo lambedor. Por essa e por outras, como ter imaginado uma cirurgiã chamada Vandrícia, percebi que nomes fazem mesmo a diferença. Sagaz, muito sagaz.
Esse foi mais um post patrocinado por Bel Mictório.